Sensível demais para suportar as dores do mundo, covarde demais para deixá-lo.

Água no rosto

Estava tudo bem, ou pelo menos ela acreditava que estava. Talvez ela só tivesse olhos para aqueles momentos, e como aqueles momentos eram tudo que ela queria, se sentia completa, pensava 'foda-se o resto, eu estou bem agora'. Nem os dias quentes que ela tanto detestava, incomodava ou atrapalhava a sua felicidade.
Saia com pressa, derretendo no calor, aguentando o trânsito, tudo com um sorriso no rosto, porque ela realmente não se importava com aquilo, ela estava feliz. Porém, existiam falhas, erros, mas ela estava tão feliz que não enxergava, e pouco a pouco foi percebendo, até que tudo começou a desmoronar, talvez seja só mais uma fase, como nas outras vezes.
Depois de longos dias sem saber o que era tristeza, a mesma lhe invadiu o peito, espremendo o que lhe sobra ali dentro, os dias ainda são quentes e agora incomoda mais que antes, o suor se misturam com as lágrimas. Corre algumas vezes ao banheiro para jogar água fria no rosto, uma tentativa de limpar o suor, as lágrimas, de refrescar e de tentar recomeçar.
E assim ela sobrevive, jogando água no rosto prá aliviar tantas coisas e algumas horas bebendo a mesma prá ver se o nó no peito se desmancha...