domingo, 24 de setembro de 2017

Barulhos

Todas as noites eu me torno mais paranoica, os barulhos me impedem de dormir. Ando pelo casa com as luzes acesas e o vento que bate nas janelas e no telhado me assustam. Os cachorros latem, os motores dos carros se tornam mais audíveis, os passos e vozes aceleram meu coração.
Todas as noites eu me torno mais paranoica, subo na janela para espiar a rua e descobrir se os barulhos que me amedrontam são de fato tão assustadores. Assim, eu passo todas as madrugadas, inquieta, olhos e ouvidos atentos, saltando da cama e dando passos apressados pela casa, é um viver sempre em alerta, mas que me cansa todos os dias.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Desabafo.

Às vezes, eu sento na cama e fico em silêncio com o olhar perdido, a minha cabeça dói um pouco e algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto sem motivo aparente. Permaneço sentada e imóvel, deixo as lágrimas escorrerem até eu me sentir mais leve, mas o problema é que eu nunca me sinto mais leve. O nó na garganta continua lá e o aperto no peito também, ambos são tão comuns quanto o meu respirar diário, mas não há nada que eu possa fazer!
Eu me assusto diariamente com a minha falta de expectativa, com a minha falta de vontade em relação a tudo. Eu que sempre busquei coisas inteiras, estou aqui acomodada no vazio, no nada. E que absurdo, porque isso tudo não é nem a metade! Eu não posso aceitar o nada, o vazio e as metades da vida, eu teria que aceitar somente as coisas inteiras, porque de coisas em pedaços, de coisas partidas já basta eu!

domingo, 3 de setembro de 2017

Sumir

A vontade de sumir nunca desapareceu, mas existem períodos que ela deixa de ser tão evidente. A felicidade de alguns momentos esconde essa necessidade de sumir, de desistir, mas ela está sempre ali em algum lugar, atrás de uma frase engraçada, atrás de um sorriso. Eu não me considero uma pessoa forte, mas posso dizer que já aguentei muitas coisas pesadas e dolorosas nessa vida, e talvez, seja justo, seja legítimo sentir essa vontade de sumir, de apagar, de descansar o corpo e a mente. Afinal, o mundo não dá tréguas, o mundo não vai parar de girar para que eu sente e chore minhas mágoas e meus problemas. Eu conheço meus limites e posso gritar: Já deu!
Por que insistir se daqui em diante é só dor?