quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Exposição.

Eu não tenho nada para oferecer além da minha própria bagunça. Bagunça que não faço mais questão de esconder embaixo do tapete para que alguém possa supostamente me amarEu me desnudo noite e dia, de corpo, alma e mente. E através do meu desnudar, eu me exponho vulnerável, sensível, sujeita à trincas e quebras, e como um vinil velho me exponho cheia de riscos. Me exponho com um corpo marcado e um coração remendado, dolorido e sangrento. 
Eu não tenho nada para oferecer além da minha própria disposição em amar algo que supostamente irá contribuir para que eu me exponha mais, para que eu me bagunce mais e para que eu sinta mais dor do que já sinto. 
Eu não tenho nada para oferecer além do meu eu-inteiro entregue para algo que irá me queimar e me destruir mais um pouco...


Mas, aceito a condição.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sobre desistir.

Eu perdi as contas de quantas vezes a palavra "desistir" dominou todas as lacunas existentes de meu cérebro. Mas, no fim, eu sempre desistia de desistir.
Eu perdi as contas de quantas vezes eu chorei, eu perdi as contas de quantas vezes eu senti ânsia e nojo, eu perdi as contas de quantas vezes o meu estômago, cérebro e coração desalinharam e sucumbiram diante da ideia de "desistir".
No entanto, embora eu muitas vezes tenha desistido de desistir e passado por todo esse processo de dor e desespero para tentar provar para alguém que não acredita em mim e que me detesta - no caso, eu mesma - que sou capaz de algo, é bastante frustrante me deparar com a ausência da possibilidade do desistir.
Quando existe a possibilidade de desistir, podemos optar por desistir de desistir. Mas, quando não há essa opção, nos forçamos a seguir um caminho que nos enfraquece e caminhamos em direção a dor mais incerta, amarga e letal que já experienciamos.

Eu estou nesse caminho e me é negado a possibilidade de voltar atrás, só me resta caminhar em direção ao incerto e sobreviver.