terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Pedido

Todos os dias, eu imploro em silêncio para esquecer. E tenho vontade de chorar, porque nunca consigo. Parece que quanto mais eu peço para esquecer, mais eu lembro. É como se existisse uma imagem cravada no meu cérebro e toda vez que eu tento puxá-la, ela se afunda mais. Parece que ela ficará ali para sempre, mas a sua permanência é também a minha derrota e o motivo do meu desespero. Dói querer esquecer, mas toda vez eu sou obrigada a desistir...

sábado, 26 de novembro de 2016

3:30

3:30 da manhã e a tristeza retorna, mais forte e devastadora. Penso nas falhas e nas dores, penso no esvaziamento de sentidos da vida, penso em tudo e não consigo dormir. Penso em como os sentimentos me devoram e como eu existo de maneira pouco significativa.  Agora, não importa se eu tenho 15 ou 25 anos, as coisas dentro de mim continuam as mesmas, a diferença é que só aprendi com os anos a fingir melhor, fingir que as coisas não me dilaceram. Palavras sempre secas, rosto endurecido, um sorriso de canto para quebrar o gelo, frases programadas, gestos ensaiados e dez anos de fraude. Eu tenho a receita decorada de como me portar, mas todos os dias às 3:30 tudo desmorona. E cá estou, sozinha e dolorida, mais uma vez, lidando com o excesso de amor e dor ou com a falta deles, na verdade, eu não sei mais com o que estou lidando. As coisas possuem um peso diferente, pois o corpo está mais cansado e se move com pesar, mas fiquem tranquilos que continuarei lidando, tentando e me rastejando....

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Trincas

Cada dor que sentimos é uma trincada no coração. E a cada trincada, uma jorrada de sangue. O tempo não cura as trincas, mas estanca o sangue e a dor adormece. Nos sentimos adormecidos até que um dia a trinca volta a jorrar o sangue. Hoje, a saudade causou essa dor hemorrágica, mas eu ainda irei adormecer...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Querido diário, eu sou uma bosta.

domingo, 16 de outubro de 2016

Garfo na tomada

O dia está lindo lá fora e as pessoas esbanjam a suas melhores máscaras de felicidade. Eu planejei o meu dia e também separei minha máscara de felicidade, mas não funcionou. Não funcionou, porque eu não queria levantar da cama e perdi metade do dia nela. Não funcionou, porque eu acordei com explosões no meu estômago. Não funcionou, porque eu tentei comer e eu quis vomitar. Não funcionou, porque eu estou irritada. Não funcionou, porque eu deitei e chorei. Talvez, a única coisa que poderia funcionar seria colocar um garfo na tomada e mesmo assim correria o risco de não dar certo...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Segunda Sensível

Choveu o dia todo e eu já perdi as contas de quantas vezes eu segurei o choro. Eu já perdi as contas de quantas vezes eu me senti sozinha hoje, eu já perdi as contas de quantas vezes eu senti o meu peito apertado. Eu não recebi nenhum abraço e nenhuma palavra de conforto, dia errado e sentimentos errados coexistindo.

domingo, 18 de setembro de 2016

Prefiro sufocar com as minhas próprias palavras não ditas do que engasgar com o teu silêncio.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Acúmulo

Acumulando livros, músicas e piadas idiotas para compartilhar com alguém um dia. Alguém que também acumule livros, músicas e piadas idiotas para trocarmos junto com sorrisos, lágrimas, saudades, vontades em dias nublados.
Infelizmente, minha fantasia só vai até aqui, porque a realidade massacra os suspiros e os românticos. Fecho os olhos e penso: quem sabe um dia, né.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Nude

Toda noite eu desnudo meu cérebro e percebo que nada é mais obsceno do que as palavras que o percorrem. Nada mais obsceno do que a nudez da minha alma exposta em cada palavra maldita.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Terça

Dia terrível, uma imensa sucessão de merdas. Não acordei dizendo "Bom dia", acordei dizendo "Que inferno!" e é isso que define o dia. Ansiosa demais para sair, impaciente demais para ficar. Tudo é tão irritante hoje que só queria sumir por umas horas e voltar quando as coisas estiverem em seu lugar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Lembre-se: ninguém se importa.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Rasgos Desenfreados

Ela sofria por amar demais, sofria por não receber o amor que merecia. Estava aos prantos pedindo ajuda, mergulhada nas suas próprias emoções. Ela amava tanto que quem a via também sofria, mas a nossa ajuda não surtia efeito quando tudo desmoronava. Só sentíamos passividade, enquanto ela sentia dor e amor, uma combinação fatal que devastava sua cabeça e seu peito. Os sentimentos lhe rasgavam ao meio e nossos abraços ainda não podem cicatrizar as marcas recentes dos rasgos desenfreados de quem sucumbiu ao amor em sua forma mais profunda.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Fresta da Janela

A luz do sol invade o meu quarto pela fresta da janela, desvio meus olhos e contemplo minha existência com um copo de café. Penso nos meus sentimentos e lembro daquela imagem estonteante que gruda em meus olhos, me entorpeço, fecho os olhos e me permito mergulhar nas fantasias e armadilhas do meu próprio cérebro. Naquele instante, parece que tudo que estava distante está tão perto do meu corpo, mas respiro fundo e interrompo minhas fantasias, porque não quero me perder nelas e nunca mais voltar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Eu não tenho nada além de mim mesma! Nada além de cansaço, ansiedade, solidão, dores no corpo e os inúmeros copos de café.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Casa bagunçada

A casa estava bagunçada, mas arrumei e te convidei para entrar. Pintei as paredes e mudei os móveis de lugar. Escondi as marcas do passado com a tinta fresca,  acreditando que iria ficar. Mas, você só passa, toma um café e bagunça mais o lugar. Não posso barrar sua entrada, mas você também não quer fazer com que ali seja sua morada. A casa permanece bagunçada, mas pintar as paredes não escondem mais as marcas tão doloridas da sua passagem tão breve.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sem nome

Escreveu e tocou uma música que já esqueceu. Leu sobre cinema embaixo do cobertor, mas pausou tudo para pensar em amor. Queria saber o que poderia diferenciar amor e dependência afetiva, mas não soube responder. Sentiu dores, quis chorar e apenas deitou torcendo para tudo passar.

domingo, 7 de agosto de 2016

O corpo que se destacava

Em teu corpo nada se destacava, talvez as olheiras cada vez mais fundas e marcadas. Mas, não era um destaque realmente positivo, muito pelo contrário. As olheiras fundas, a palidez e o olhar perdido eram a composição perfeita para destacar a derrota. A única surpresa da noite eram as dores renais, já que o coração pulando para fora do peito por conta da ansiedade tornou-se rotina.
Em teu corpo nada se destacava, exceto a fraqueza. O corpo se rendia às dores, às frustrações, não pedia água e nem comida, mas fraquejava dia-a-dia. Um gole de café para curar um oceano de solidão e um oceano de café para lidar com toda a frustração.
O corpo até se destacava, mas para evidenciar que cansou da batalha....

terça-feira, 19 de julho de 2016

Demorei para me recuperar e quando me sinto feliz, vem aquela maldita frase de sempre, vem aquela maldita insensibilidade dos outros. Por que as pessoas são tão cruéis? Não sabem refletir sobre o que dizem e nem escolher suas palavras, pedem por empatia, mas não praticam, pedem por amor, mas só agem através do ódio.

Eu cansei das pessoas.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Quando você não aguenta mais, se desespera mais e pensa no que não deveria...

sábado, 18 de junho de 2016

Vulnerabilidade é um tanque de álcool

Vulnerabilidade é uma merda né. Faz a gente viver no limite, pronto para explodir a qualquer instante, pronto para querer explodir qualquer coisa que entre no caminho e que te ameace. Vulnerabilidade é como se eu tivesse cortes que sangram, mas caísse dentro de um tanque de álcool.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Um dia me disseram: - Só o amor não basta.
E eu cravei essa frase em meu peito e nunca esquecerei, porque não importa o quanto você ame, o quanto você se esforce e não desista, só o amor não basta.
E desde então, eu coloco meus sentimentos em último plano, porque só o amor não basta, né.  Dizer que ama não basta e não muda nada.
Desde o dia que me disseram que só o amor não basta, o meu silêncio reinará, o meu silêncio bastará...

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Às vezes, existir cansa. Às vezes, existir dói.

E eu não me suporto mais...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

03:51

A real é que ninguém se importa. Todo mundo está atolado nas próprias dores e angústias, ninguém é capaz de salvar ninguém, porque nós mesmos somos nossos piores inimigos. Nossa mente produz medos o tempo todo e nosso corpo adoece, as pessoas se afastam e nos isolamos cada vez mais. E assim, quanto mais nos isolamos, mais tempo passamos sozinhos, mais tempo passamos pensando em nossos medos e angústias. A nossa própria presença nos adoece, mas ninguém percebe. Estamos produzindo o nosso próprio veneno, engolindo e morrendo aos poucos. Até pode existir preocupação nos demais, mas a maioria precisa lidar com o próprio veneno que engole diariamente e encontrar estratégias para não morrer também. Ninguém se importa, porque só enxergamos o nosso próprio veneno que nos mata.

Os surtos de maio.

    Tenho problemas com o mês de maio. Bom, eu sempre costumo dizer que tenho problemas com o mês de maio, mas é mais correto dizer que tenho problemas NO mês de maio. Ou seja, quando determinados meses são marcados por uma sucessão de problemas graves, ficamos um pouco amedrontados com a ideia de retorno desse mês.
     Bom, indo direto ao assunto, o mês de maio atendeu às minhas péssimas expectativas, resultou em duas brigas fortes familiares, muito choro, muita dor no estômago e claro, aquelas maravilhosas crises de ansiedade que quase sempre me matam do coração. Mas, sou ingênua em pensar que o mês está no fim e que só tenho mais cinco dias neste mês-fodido e que no próximo a vida melhora.
      Enfim, em breve, os surtos de maio serão surtos de junho, as crises de maio serão crises de junho, e eu aqui tentando pensar racionalmente em tudo isso e tentando criar disposição para levantar da cama no dia seguinte e por em prática o que faz sentido. O pior: é que nada faz sentido...

quarta-feira, 25 de maio de 2016

É tanto sentimento que não cabe em mim, mas eu não posso transbordar...

terça-feira, 17 de maio de 2016

As Bolas de Ferro

Quando me sinto deprimida, parece que tenho duas bolas de ferro presas nos meus calcanhares, e elas só me puxam para baixo. Me sinto cansada, porque preciso fazer esses esforços corporais cotidianos para lidar com as bolas de ferro, mas nem sempre o corpo aguenta e o sentimento de inexistência, sentimento de fardo toma conta do meu ser.
Quando me sinto deprimida, entendo que corpo e mente estão conectados e preciso forçá-los a se mexerem, se exercitarem para que as bolas de ferro não me puxem mais para baixo...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Caindo no próprio vazio.

"Estou sozinha com minha dor de cabeça e minhas boas intenções" é aquele trecho de música de anos atrás, mas que ainda é auto-explicativo na sua vida. A única diferença é que parece doer mais agora, parece que o vazio aumenta a cada dia, a cada hora, a cada semana, a cada mês, a cada ano.E eu continuo vivendo prá dentro, caindo no meu próprio vazio, caindo no meu próprio abismo que habita o meu ser.

sábado, 23 de abril de 2016

Navalhas

Lá fora, o céu azul e o sol radiante. Aqui dentro, meu desânimo me consumindo, esvaindo todas as minhas forças. Não sinto fome, nem vontade de fazer nada. Só quero deitar e dormir por horas e horas, até as forças voltarem, até eu me sentir pronta para encarar o mundo. Mas, isso não acontece, eu vago de cômodo em cômodo buscando sentido em tudo que eu faço, sentindo aquele aperto no peito e segurando as lágrimas presas em mim. A vida é uma navalha que me corta aos poucos e eu caminho cambaleante, sangrando até não existir mais...

sábado, 2 de abril de 2016

Doses homeopáticas da sua presença e um banquete de comprimidos para curar este corpo em crescente derrota.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

8 meses depois...

   8 meses se passaram, 8 meses lentos e dolorosos. Neste tempo, mais alguém partiu e me partiu, vi aquela cena fúnebre e dolorosa novamente, a ânsia voltou, a ansiedade voltou e as lágrimas escorriam pela minha face. Não queria acreditar, continuei chorando por horas, semanas, meses e agora sangro por dentro com a ferida não cicatrizada.
   Parece que a vida desmoronou, tudo que eu temia aconteceu: as pessoas morrendo, as pessoas partindo, as feridas se abrindo e todo meu amor próprio indo junto, escorrendo pelo ralo com minhas lágrimas e minhas dores. Agora, pareço aquele eterno clichê cheio dos dramas, das perdas, das leituras suicidas, das músicas tristes, dos roteiros parecidos com meu cotidiano quase insalubre, das quedas capilares, dos hematomas, das unhas roídas, dos livros dilacerantes, do choro travado, das doses cavalares de cafeína, dos socos na porta, das crises de ansiedade e todas as vezes que quis morrer.
  8 meses se passaram e parece que tudo isso é clichê, mas não é. A dor é real, a dor é física e ela está aqui agindo sobre o meu corpo durante esses 8 meses, corroendo o meu corpo como se fosse ácido. E eu aguento calada, porque ninguém vai ouvir, ninguém vai ajudar, afinal sentir dor é inaceitável, bem como falar de todas as aflições que ela causa. Dizer tudo que eu disse se resume em clichê, mas esses clichês continuam me matando lentamente por 8 meses...