segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

8 meses depois...

   8 meses se passaram, 8 meses lentos e dolorosos. Neste tempo, mais alguém partiu e me partiu, vi aquela cena fúnebre e dolorosa novamente, a ânsia voltou, a ansiedade voltou e as lágrimas escorriam pela minha face. Não queria acreditar, continuei chorando por horas, semanas, meses e agora sangro por dentro com a ferida não cicatrizada.
   Parece que a vida desmoronou, tudo que eu temia aconteceu: as pessoas morrendo, as pessoas partindo, as feridas se abrindo e todo meu amor próprio indo junto, escorrendo pelo ralo com minhas lágrimas e minhas dores. Agora, pareço aquele eterno clichê cheio dos dramas, das perdas, das leituras suicidas, das músicas tristes, dos roteiros parecidos com meu cotidiano quase insalubre, das quedas capilares, dos hematomas, das unhas roídas, dos livros dilacerantes, do choro travado, das doses cavalares de cafeína, dos socos na porta, das crises de ansiedade e todas as vezes que quis morrer.
  8 meses se passaram e parece que tudo isso é clichê, mas não é. A dor é real, a dor é física e ela está aqui agindo sobre o meu corpo durante esses 8 meses, corroendo o meu corpo como se fosse ácido. E eu aguento calada, porque ninguém vai ouvir, ninguém vai ajudar, afinal sentir dor é inaceitável, bem como falar de todas as aflições que ela causa. Dizer tudo que eu disse se resume em clichê, mas esses clichês continuam me matando lentamente por 8 meses...