quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Azedume

Estou vivendo, mas nunca existindo. Nada é completamente satisfatório, comer me dá ânsia, dormir me faz perder os contatos humanos, contatos humanos me decepcionam, gritos alheios me irritam, a existência cretina dos outros me deprime... é, acho que não existo, sou só um peso morto, um corpo que ainda se move e faz sombra, um corpo que algumas vezes fala, mas na maioria das vezes está entorpecido com seus pensamentos.
As coisas que fazem com que eu exista dura tão pouco, questão de instantes, logo não sei dizer se aconteceu ou se estou sonhando mais uma vez com a tal felicidade.
Coisas simples me deixam felizes, um abraço, um sorriso, uma música, o céu azul, o cheiro de café, animais, um filme qualquer, uma paisagem, uma frase, um lugar, um olhar, uma voz, mas toda esta simplicidade dura tão pouco, doses tão pequenas de felicidade que não são capazes de me salvar do azedume do meu peito, da minha falta de existência.
Eu me acho uma pessoa horrível em todos os sentidos, mas ainda tento melhorar...

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