8 meses se passaram, 8 meses lentos e dolorosos. Neste tempo, mais alguém partiu e me partiu, vi aquela cena fúnebre e dolorosa novamente, a ânsia voltou, a ansiedade voltou e as lágrimas escorriam pela minha face. Não queria acreditar, continuei chorando por horas, semanas, meses e agora sangro por dentro com a ferida não cicatrizada.
Parece que a vida desmoronou, tudo que eu temia aconteceu: as pessoas morrendo, as pessoas partindo, as feridas se abrindo e todo meu amor próprio indo junto, escorrendo pelo ralo com minhas lágrimas e minhas dores. Agora, pareço aquele eterno clichê cheio dos dramas, das perdas, das leituras suicidas, das músicas tristes, dos roteiros parecidos com meu cotidiano quase insalubre, das quedas capilares, dos hematomas, das unhas roídas, dos livros dilacerantes, do choro travado, das doses cavalares de cafeína, dos socos na porta, das crises de ansiedade e todas as vezes que quis morrer.
8 meses se passaram e parece que tudo isso é clichê, mas não é. A dor é real, a dor é física e ela está aqui agindo sobre o meu corpo durante esses 8 meses, corroendo o meu corpo como se fosse ácido. E eu aguento calada, porque ninguém vai ouvir, ninguém vai ajudar, afinal sentir dor é inaceitável, bem como falar de todas as aflições que ela causa. Dizer tudo que eu disse se resume em clichê, mas esses clichês continuam me matando lentamente por 8 meses...
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de junho de 2015
Mais dor, mais perda, mais luto...
Não queria ter passado por isso de novo e com esse intervalo de tempo tão mínimo. Arrisco dizer que tudo está se desmanchando ao mesmo tempo e caindo sobre os meus ombros já fracos. Não aguento mais tantas perdas, tanta dor, tantas lágrimas, tanto luto e tanta luta em vão. O câncer envenena os corpos que tanto amei e leva os corpos que tanto amei, restando as boas lembranças e tantas histórias prá contar. Não aguento mais noites insones e pensamentos perturbados, só sinto náusea. Hoje, a dor me dá náusea, me dá aversão e somadas com o luto e as perdas me fazem vomitar. As lágrimas e o meu coração apertado já não são suficientes para expressar minha dor, meu corpo não tolera mais nada e o vômito é o novo mecanismo do meu organismo que afirma isso. Aos poucos, tento estabelecer uma rotina, mas o medo toma conta de mim e a dor também, não quero que mais nada se vá, não quero que mais nada se desmanche e caia sobre os meus ombros. Sinto saudades dos que foram, mas prefiro acreditar que dormem serenos e sonham com coisas maravilhosas, enquanto vivo alguns pesadelos. Eu gritei em silêncio pedindo para que acordassem, mas não funcionou e os tijolos da lápide fria e grotesca intensificam o peso da realidade, é estranho deixar alguém que amamos ali sozinha, é estranho não escutar aquela voz, é estranho não ouvir o telefone tocar, é estranho não ter todos aqueles sorrisos e trejeitos, é estranho te ver partir, tia. É estranho te dizer adeus por causa de 15 minutos, ou melhor, é injusto, mas a vida não é justa....
There's nothing we can do now
Goodnight and travel well, baby
R.I.P Dete, que fechou seus olhos dia 7 de junho de 2015, mas que deixará saudade para todo o sempre. <3
There's nothing we can do now
Goodnight and travel well, baby
R.I.P Dete, que fechou seus olhos dia 7 de junho de 2015, mas que deixará saudade para todo o sempre. <3
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Diário do Abandono
Mais chá, mais preguiça, mais cabelo despenteado, mas dessa vez ela pisou na rua, encarou a lua, respirou fundo e encarou outras pessoas. Calçou sapato, um suéter, uma calça skinny, andou mecanicamente até seu destino, mas voltou ao seu lar e mergulhou em si mesma. Mergulhou em sua cama, afundou a cabeça no travesseiro, pensou sobre o futuro e escolheu a trilha sonora mais melancólica para acompanhar sua trajetória tragicômica. As guitarras melosas embalam a noite, enquanto as linhas de baixo e som da bateria seguem o ritmo do seu coração cada vez mais acelerado, cada vez mais afobado. A idéia do abandono permeia, mas quem te abandonou? Ela não sabe a resposta, mas é assim que se sente, talvez ela mesma tenha abandonado teu eu-interior na busca se si....
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Amanhã, talvez...
Sem vontade de ver o céu ou pisar na rua, permanece deitada e da janela avista a lua. Deitada e despenteada, ingere canecas de café e pensa nas perdas e ganhos da sua vida. Conclui que não é algo que se possa medir, apenas sentir e seguir. Porém, ela resolve procrastinar as decisões e talvez levantar amanhã com mais vontade de viver, mas no momento prefere ficar deitada, despenteada e dormir quando a dor ou a dúvida bater forte no peito...
terça-feira, 10 de março de 2015
Sem Valor
Poderia ser companheiro de alguém
em noites insones ou tardes ociosas.
Porém, foi abandonado
descartado,
ensopado,
no lixão da calçada.
Ali jazia o livro nunca lido,
porque de “graça” foi recebido
e seu valor é perdido
quando não é adquirido
na melhor livraria.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Fatos e Clichês
O tempo passa tão rápido e essa frase soa tão clichê. Porém, isso é realmente um fato, um fato que sempre esquecemos e quando lembramos é tarde demais. Estamos acostumados com a zona de conforto e com a felicidade de termos a presença dos nossos afetos, esquecemos que as pessoas partem e consequentemente nos partem. Sentiremos raiva, dor, amor ao mesmo tempo quando esse momento se concretiza. Depois, as memórias se intensificam com um mix de todos os momentos aumentando a dor e a saudade. Por fim, concluiremos com outro clichê: o tempo é cruel! Mas, realmente, esse é outro fato que esquecemos e quando lembramos é tarde demais e já dói demais.
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